domingo, 24 de fevereiro de 2013

APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

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Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - appcc

Implantação do Estudo de APPCC em um Processo de Injeção Plástica de Embalagens para produtos alimentícios



Caroline de Miranda Borges
Engenheira Mecânica - UNIFEI
Especialista em Engenharia da Qualidade - Anhanguera
Especialista em Produção 6 Sigma – Black Belt – FDG

Co-autoria
 Leandro Budóia – Técnico Gestão Processos Plásticos – Senai
Izabel Cristina de Almeida Cara – Engenheiranda - FIEL
Silvio Cressoni – Engenharia Mecânica – Faculdade Anhanguera
Marcelo Dias – Tecnólogo Produção Industrial  – Uniararas
Jefferson Donskoi – Administração de Empresas – UnivSEB

OBJETO

JUSTIFICATIVA
Segundo Bonatelli da agencia do estado, com essa crescente demanda alimentar e a globalização faz-se necessário para muitas indústrias do setor alimentício, a adequação às normas técnicas-sanitárias vigentes em cada país o qual se irá comercializar o produto e que objetivam padronização e melhoria da qualidade de vida do consumidor.
Devido ao consumo impróprio de alimentos contaminados e ao uso indevido de embalagens a indústria alimentícia foi levada a desenvolver uma metodologia própria para identificar quais seriam os possíveis pontos de contaminação do produto. Dentro dessa idéia criou-se uma análise hoje conhecida como Hazard Analysis and Critical Control Points - HACCP que no Brasil é conhecida como Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle - APPCC, a qual se tornou ferramenta indispensável para produtores e fabricantes de alimentos e embalagens de contato direto.  (Raszl, 2001)
Esta metodologia teve início associativo aos princípios de Deming, cujas teorias de gerenciamento da qualidade são consideradas a principal causa de mudança na qualidade dos produtos japoneses, nos anos 50. (Bonissoni, 2005)
Na década de 60, a NASA (National Aeronautics and Space Administration - EUA) desenvolveu um sistema de produção de alimentos inócuos para o programa espacial, levando em conta as doenças de origem alimentar que poderiam afetar os astronautas e comprometer a missão. Assim a Pillsbury Company, encarregada de fornecer alimentos para os vôos espaciais tripulados introduziu e adotou o sistema APPCC para garantir a inocuidade do produto final, enquanto reduzia o número de testes e inspeções finais (Raszl, 2001).
O investimento em Qualidade é causa de desconfiança para muitos administradores. O conceito de melhoria contínua leva os índices de retrabalho e rejeitos a níveis tais, que a empresa se mantenha estável economicamente, níveis esses estipulados pela alta gerência como aceitáveis, cuja teoria para muitos autores gera discussão, pois a meta de aprimorar continuamente a qualidade equivale a rejeitar a idéia de se ter um nível de aceitabilidade.  (Schonberger, 1982)
Para uma população cada vez mais informada não interessa mais só um produto bonito, saboroso e dentro do prazo de validade. O conceito de produto saudável vem nos últimos anos determinado a prevalecer dentro dos maiores mercados consumidores e as leis sanitárias também tiveram que se adequar e trazer limites aceitáveis de contaminação para todos os alimentos e sua cadeia produtiva. (Inhesta, 2011)
A ciência evolui continuamente e o conhecimento da área de nutrição é um capítulo integrante de elevada importância na sobrevivência do nosso futuro. Para isso, deve-se levar em conta que cada indivíduo tem uma bioquímica diferente e, com reações adversas por isso a importância dos filtros impostos pelas leis sanitárias. (Bernardes, 2003)

METODOLOGIA
O APPCC é uma metodologia baseada em análises preventivas que, através de um melhor entendimento do ciclo produtivo, torna-se possível identificar e avaliar os pontos de perigo que causam contaminação, perdas e rupturas no processo. Esta metodologia é baseada nos seguintes passos:

1º Passo: Formação de um grupo de trabalho multifuncional que detenha o conhecimento técnico e motivação para a construção de um diagrama de fluxo produtivo real.

2º Passo: Identificar e analisar os possíveis perigos e suas variáveis de controle, identificar as ações preventivas ou corretivas necessárias. Estabelecer os limites do processo e criar metodologia de controle e monitoramento. Segundo Werkema, é necessário definir o processo como uma combinação de elementos, tais como: equipamentos, insumos, métodos ou procedimentos, condições ambientais, pessoas e informações ou medidas, que tem como objetivo a fabricação de um bem ou o fornecimento de um serviço.
   
3º Passo: Implantar os pré-requisitos necessários para o estudo do APPCC com o objetivo de diminuir o número de solicitações de ações corretivas recebidas de clientes, os números de peças devolvidas versus número de peças produzidas e a medir a capacidade de atendimento as normas  do processo de injeção.

4º  Passo: Criar metodologia de análise e identificação das variáveis atuantes no processo que podem ser controladas identificados como PCC´s – Pontos Críticos de Controle e as que devem ser isoladas e deixam de fazer parte do sistema. Estipular prazos, responsabilidades e verificar a eficácia do monitoramento e das ações implantadas.

DESENVOLVIMENTO
Baseados nesses princípios foram criados controles, check list e planilhas que representam as fases do processo que necessitam de controle e que serão utilizados nesse estudo. São estes os pré-requisitos para implantação do estudo de APPCC:

1 – Fluxograma do Processo: é utilizado para melhor visualização do processo desde a entrada dos insumos até a chegada do produto acabado ao cliente - conforme figura 1.


                                             Figura1. Fluxograma do Processo             
            
2 – Mapa de Atividades: Para melhor entendimento das atividades de cada setor foi criado um mapeamento por atividade que visa identificar e controlar as entradas e saídas de insumos e produtos - conforme figura 2.


3 – Limites de Controle: Os limites de controle estabelecidos, foram baseados nas normas regulamentadoras e exigências do mercado conforme leis sanitárias vigentes. Para atender a legislação foi necessário implantar os seguintes procedimentos: Manual de Boas Práticas de Fabricação – BPF, Manual da Qualidade e Segurança – MQS,  Inspeção de Recebimento – IR, Padrões de aceitabilidade do cliente, Estoque de retenção da produção, Treinamento, Manutenção preventiva, Auditoria em fornecedores, Metodologia de avaliação do Perigos e Pontos Críticos.

4 - Manual de Boas Práticas de FabricaçãoBPF: é utilizado na integração dos novos funcionários, de terceiros e temporários. A reciclagem das informações deve ser feita para todos os funcionários em um prazo estabelecido por auditorias internas, quando detectarem a necessidade de garantir o comprometimento seguro e destacar a importância das atividades de controle. Segundo o órgão regulamentador brasileiro – Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA através da portaria SVS/MS nº 326 de 30/07/1997 e a resolução RDC – ANVISA nº 276 de 21/10/2002 informa quais são os pré-requisitos necessários para a fabricação de alimentos para consumo humano e,  é onde são enquadrados os fabricantes de embalagens para alimentos. (BPF, 2011).

5 - Manual de Qualidade e Segurança: O Manual de Qualidade e Segurança reúne toda a documentação que rege as atividades da empresa com o foco no atendimento aos requisitos do cliente e da qualidade do produto.

6 - Auditorias em fornecedores: são importantes ferramentas para verificação de conformidade no atendimento às normas fiscais, de qualidade e especificações técnicas do produto. As ações de recebimento ou devoluções devem ser evidenciadas e registradas, a fim de garantir que não haja perdas de eficiência do sistema de rastreabilidade que visa identificar lotes e datas em todo o processo produtivo.

7 - Padrões de Produção: São peças aprovadas pelo cliente que garantem conformidade do processo de forma funcional e visual, incluindo cores em tons máximo, nominal, mínimo e técnica.

8 - Estoque de Retenção: São amostras segregadas da linha de produção, identificadas a cada lote e que tem como objetivo evidenciar conformidade para uma possível consulta quando necessário. As amostras de retenção são armazenadas pelo período de garantia do produto, uma vez expirado o prazo de validade, as mesmas serão disponibilizadas para reciclagem e não devem ser utilizadas para contato com alimentos.

9 – Treinamento: Para evitar deficiências no processo, o treinamento deve refletir responsabilidade. Segundo Schonberger em seu livro “Técnicas Industriais Japonesas”, o trabalhador deve buscar a solução dos problemas de forma a se sentir parte integrante do produto, ele deve ter grande interesse pelo resultado, de modo que é fértil o solo do fortalecimento da responsabilidade e do interesse. O treinamento nos fundamentos e gestão disciplinada deve ser para todos, de forma a distribuir responsabilidades e esforço mútuo para o sucesso da empresa e da organização, inclusive para os diretores e gerentes. Todos devem ter em mente os valores do ciclo: Avaliar e definir objetivos, Planejar para realizar inteiramente os objetivos definidos, Fazer para implementar os planos,  Verificar para evidenciar se os objetivos estão sendo atingidos e por fim Aperfeiçoar executando as ações corretivas necessárias para melhoria contínua esses são os princípios do  FEMECA. Todo treinamento, segundo Oliveira em seu livro “Gestão da Qualidade”, visa ressaltar a grande contribuição do trabalhador para a empresa-organização, com o foco em seu bem estar próprio objetivando saúde, economia e sociabilidade. Para a empresa o foco deve ser voltado à ecologia, ergonomia, psicologia, economia, administração e engenharia.

10 - Manutenção Preventiva: Para que os equipamentos utilizados no processo de injeção e seus periféricos possam apresentar melhor produtividade foi criado um cronograma de manutenção preventiva baseado nos registros de manutenções corretivas, manutenções rotineiras e no manual de funcionamento da máquina. Esse cronograma recebe as informações oriundas do Diagrama de Ocupação de Máquina desenvolvido e identificado como Gráfico de Farol, nome este devido as suas cores que identificam o grau de ocupação de máquina. Esse cronograma é revisado de acordo com a necessidade de adequação e previsões de custos de investimentos realizado anualmente pela gerência. Nesse gráfico visualiza-se facilmente qual a carga máquina do equipamento e quanto foi gasto de tempo em parada máquina, sinalizando a necessidade de manutenção ou não. Conforme figura 3 as cores significam:

- Azul      = manutenção corretiva                                   - Amarela = carga máquina abaixo da média
- Vermelho = sem carga máquina                                  - Verde      = carga máquina acima da média
- Roxo   = carga máquina acima da capacidade    (trabalhando em hora extra)


Com base no gráfico de manutenção corretiva da figura 3, retira-se o índice de ocupação de máquina (coluna da direita - % ocupação) e constrói-se o Cronograma de Manutenção Preventiva – figura 4, focado nos equipamentos que sofreram manutenção corretiva (coluna identificada como falta manutenção) e nos que estão com carga máquina acima da média (cor  preta e números em branco). A carga máquina acima da média significa que o equipamento está sendo mais solicitado que sua capacidade, logo a manutenção preventiva é necessária para manter os índices de produtividade.

11 - Cronograma de Manutenção Preventiva: conforme figura 4, estão previstos os tempos de parada de máquina e os custos envolvidos para cada equipamento, que serão levantados através da programação da manutenção, do check list de operações do manual do equipamento e do histórico de manutenção.



12 – Auditoria em Fornecedores: Para que seja garantida a qualidade do produto final e a conformidade com as leis sanitárias locais, são pré-requisitos que sejam apresentados pelos fornecedores os laudos de conformidade emitidos por laboratórios certificados conforme normas brasileiras ANVISA que estipulam níveis aceitáveis de contaminantes. Para novos fornecedores ou fornecedores com alta incidência de não conformidades, é indicado a realização de uma auditoria com base nas boas práticas de fabricação e ISO 9001:2008, para garantir rastreabilidade e a qualidade do produto. Para melhor visualização do planejamento das auditorias, foi criado um cronograma de atividades, conforme figura 5, que auxilia a distribuição do tempo e custos envolvidos. Com um planejamento de auditorias externas se garante um melhor relacionamento entre empresa e fornecedor já que os problemas identificados serão discutidos e será dada uma solução que atende a ambas as partes.



Os índices de avaliação dos fornecedores são baseados na porcentagem de conformidade dos itens auditados segundo uma planilha de auditoria. Os índices de avaliação dos fornecedores foram estipulados pelo grupo de trabalho e variam de:  0 a  59 – REPROVADO, 60 a  79 – ACEITÁVEL e de 80 a 100 – APROVADO.
Para os fornecedores que obtiverem notas abaixo do considerado aprovado será realizado, em conjunto com o auditor, um plano de ação para corrigir ou melhorar as não conformidades encontradas. 

13 – Plano de Ação de Auditoria de Fornecedores: No plano de ação deve-se obter o número do item na planilha de auditoria, a ação corretiva a ser realizada deve ser descrita de forma clara e objetiva, o responsável pela realização e implantação da ação corretiva e a data a ser finalizada. O plano de ação deve ser enviado pelo fornecedor com prazo estabelecido pelo auditor, para que seja avaliada e posteriormente agendada uma auditoria de retorno para conferir e evidenciar as devidas ações corretivas propostas. Na figura 6, é apresentado um exemplo de plano de ação a ser realizado por um dos fornecedores auditados de matéria-prima cuja nota foi insuficiente para fornecimento.



                                           Figura 6. Plano de Ação de Auditoria de Fornecedores

METODOLOGIA E AVALIAÇÃO
A metodologia de avaliação da eficácia da implantação dos pré-requisitos de fornecimento para construção de um mapa de APPCC em um processo de injeção plástica foi desenvolvido pelo grupo e está baseada nos seguintes índices: Tempo de parada da linha do cliente, número de peças devolvidas, número de reclamações de clientes e avaliação da capacidade do processo. A empresa optou por divulgar esses indicadores para seus funcionários de forma que se sintam participantes e responsáveis pelo resultado alcançado. Para o melhor entendimento do processo é necessário definir alguns conceitos:
- Variáveis de Controle: O processo de injeção plástica envolve muitas variáveis que devem ser identificadas e parametrizadas para que o processo seja controlado. O equipamento utilizado nesse processo é uma injetora, que fluidifica o material plástico granulado, colorido ou não e, pressiona essa massa através de um molde que retém a geometria do produto final. Após a solidificação desse material fundido, o molde se abre e as peças caem um um receptor para serem acondicionadas. Essas variáveis dependem diretamente do tipo de mistura a ser utilizada, entre a resina e o pigmento (máster). O grupo de estudo identificou que as principais variáveis de controle que interferem no sistema de fabricação de embalagens plásticas para o estudo do APPCC são:

- Variáveis de processo: São variáveis que interferem diretamente no processo e podem ser controladas tais como: Temperatura de injeção, pressão de injeção, velocidade de injeção, tempo de injeção, posição da comutação para recalque, tempo de recalque, pressão de recalque, curso total de dosagem, curso descompressão traseira, contrapressão, tempo de fechamento do molde, tempo de abertura do molde, tempo de resfriamento, tempo de dosagem, tempo de ciclo, temperatura e umidade do ambiente.

- Variáveis de equipamento: são variáveis isolando o processo deixam de interferir no sistema, tais como: força máxima de fechamento, altura das colunas de fixação dos moldes, distância entre colunas, tipo de misturador, capacidade de injeção.

- Variáveis de Análise APPCC: São as variáveis de contaminação que necessitam ser controladas quanto ao perigo que podem causar ao produto final. Foram identificadas e mensuradas no mapa de APPCC, através da avaliação das entradas e saídas de matéria-prima e insumos no sistema produtivo.

- Pontos Críticos de Controle – PCC: Os pontos críticos de controle são partes do processo produtivo que podem causar contaminação ao produto final. São considerados perigos potenciais e devem ser identificados, eliminados ou monitorados por limites de controle normativos. Dependendo do tipo de perigo que causam podem ser físicos (F), químicos (Q), biológicos (B) e microbiológicos (M). A origem da contaminação é estudada, medida e controlada em forma de monitoramento através de uma planilha de controle (HACCP, Food Design, 2009)

- Mapa Decisório: Para um melhor entendimento e decisão foi criado um o mapa decisório que contém o caminho a ser tomado na análise de todas as variáveis contaminantes que participam do processo, desde a entrada do insumo até as etapas de fabricação que podem influenciar no resultado da qualidade do produto final.  As etapas do estudo são planilhas numeradas seqüencialmente com a resposta definida pelo grupo, através da consulta a árvore decisória – figura 7, onde estão identificados os coeficientes de periculosidade e definidos os caminhos a serem seguidos na tomada de decisão a fim de identificar uma variável como sendo ou não PCC – Ponto Crítico de Controle.

                                                     Figura 7. Árvore Decisória

- Grau de Risco: Antes de iniciar a análise dos pontos críticos de controle e definir se haverá a necessidade de monitoramento, foi criada a tabela 1 que indica qual a combinação de eventos de Severidade X Probabilidade X Risco que irão resultar em um Ponto Crítico de Controle – PCC.  Segundo a Food Design em 2009, os eventos para análise dos PCC´s são definidos como:

- Severidade: indica o grau de perigo de contaminação
- Probabilidade: indica as chances da ocorrência do perigo
- Risco = Severidade X Probabilidade

                Tabela 1. Análise dos Pontos Críticos de Controle
SEVERIDADE
PROBABILIDADE
RISCO
PERIGO
A
A
A
PCC
A
M
M
-
A
B
M
-
M
A
M
-
M
M
M
-
M
B
B
-
B
A
B
-
B
M
B
-
B
B
B
-

                       Índice das variáveis:     A – ALTA           B – BAIXA        M – MÉDIA

- Planilha de estudo de APPCC: Identifica o produto e seus insumos e matérias-primas, conforme figura 8. A planilha descreve os seguintes dados: área de processo envolvida, data do início do estudo, data de emissão dos controles, número da revisão, etapa do produto a ser avaliada chamada de “Item”, item a ser avaliado: matéria-prima, insumo ou parte do processo, o tipo de perigo, a severidade, a probabilidade da ocorrência, o risco envolvido para saúde humana, motivo da contaminação, ação corretiva imediata, data e responsável pela ação, o coeficiente de tomada de decisão e por fim, o número de identificação do PCC.





                         Figura 8. Planilha de identificação dos pontos críticos de controle

- Planilha de Monitoramento dos PCC´s: Criada para controle individual dos PCC´s e monitorar as ações corretivas a serem implantadas, conforme figura 9. Na figura 9, são identificados: o tipo e etapa do fluxo do produto, o tipo do perigo a ser monitorado, o atributo a ser registrado, o padrão a ser usado (máximo, mínimo ou nominal), a freqüência da avaliação (por hora, por turno ou diária), o método a ser aplicado na avaliação, a ação corretiva imediata, a ação corretiva da causa raiz, responsável e a hora da realização do monitoramento.



CONCLUSÃO
As embalagens para produtos alimentícios possuem atualmente uma vida curta, exigindo baixos custos produtivos e visando as expectativas de um consumidor cada vez mais exigente. O treinamento efetivo da operação garantiu robustez no processo e segurança do produto. Logo pode-se concluir que:

- O número de reclamações recebidas de clientes caiu no primeiro ano em 76% e, no segundo ano em relação ao ano anterior, mais 67%

 - O número de peças devolvidas em % produzida, devido a defeitos de fabricação caiu em 50% no primeiro ano e, 94% no segundo ano.

- O tempo de parada de linha do cliente devido a problemas com embalagens no primeiro ano, caiu em 87% e, no segundo 92,5%.



- A capacidade do processo de injeção atingiu índice acima de 1,33 e tornou-se um processo capaz em seis sigma (Helman & Andery 1995)

Conclui-se que a qualidade do produto foi aprimorada devido ao maior controle das variáveis que agem no sistema, melhorando a capacidade do processo que resultou em maior lucratividade para a empresa, devido à diminuição com fretes de devolução, viagens de assistência técnica, retrabalhos, refugos, horas extras e contratações temporárias.
Como o mapeamento do APPCC é pré-requisito de fornecimento para muitas empresas do ramo alimentício, com esses resultados obteve-se um ganho de mercado, ampliando em 30% a participação da empresa em novos desenvolvimentos e, com isso houve um aumento de investimentos em novos equipamentos expandindo seu parque industrial em pelo menos 25% nesse último ano.


REFERÊNCIAS

ü  ABNT NBR ISO22000, Rio de Janeiro, 2006
ü  APOSTILA CURSO HACCP, Food Design, São Paulo, 2009
ü  BERNARDES, H.L., Chique é ser Saudável, HBL, São Paulo, 2003
ü  BONATELLI, C., Agencia do estado, www.economia.estadao.com.br; “Consumo sustentável pressionará o setor de embalagens”; 07/10/10
ü  BONISSONI, F., Sistema de Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle (APPCC) para Produção de Pescados, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005
ü  BPF, Boas Práticas de Fabricação, Port. SVS/MS nº 326/1997, www.anvisa.gov.br; 08/06/2011
ü  HELMAN, H., ANDERY, P.R.P., TQC Gestão pela Qualidade Total – Ferramentas da Qualidade – Vol.11, Belo Horizonte, QFCO, 1995
ü  INHESTA, S., Agencia do estado, www.economia.estadao.com.br, “Demanda por alimentos e bebida continuará Forte no ano, diz Fitch”, Agencia do estado”; 05/01/2011
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ü  KIYATAKA, P.H.M., SOARES, B.M.C., Alterações na legislação de embalagens poliméricas para contato com alimentos, ANVISA, 2010
ü  MAGNABOSCO, A., Agencia do estado, www.economia.estadao.com.br; “Vendas de embalagens volta a crescer em setembro”; 08/10/10
ü  MANO, E.B., MENDES, L.C., Introdução a Polímeros, Editora Edgard Blücher Ltda., São Paulo, 1999
ü  MANO, E.B., Polímeros como Materiais de Engenharia, Editora Edgard Blücher Ltda., 2000
ü  MELLO, D.R., Lista positiva de aditivos para materiais plásticos destinados à elaboração de embalagens e equipamentos em contato com alimentos, ANVISA, 2008
ü  NETO, G.V., Disposições Gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos, ANVISA, 1999
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ü  OLIVEIRA, O.J. .(ORG), CARVALHO, V.R, Gestão da Qualidade: Tópicos Avançados - Qualidade de Vida no Trabalho, São Paulo, Cengage Lear Ning, 2004
ü  OLIVEIRA, O.J. .(ORG), PALMISANO, A., Gestão da Qualidade: Tópicos Avançados – Inovações Tecnológicas e Qualidade: Considerações Éticas, São Paulo, Cengage Lear Ning, 2004
ü  RASZL, S.M. & et al. HACCP: Instrumento Essencial para a Inocuidade dos Alimentos. Buenos Aires, Argentina: OPAS/INPAZ, 2001.
ü  SCHONBERGER, R.J., Técnicas Industriais Japonesas, Editora Pioneira, São Paulo, 1982
ü  WERKEMA, M.C.C., As Ferramentas da Qualidade no Gerenciamento de Processos, Belo Horizonte, MG, Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1995