sexta-feira, 22 de março de 2013

A DANÇA COM UMA PRÁTICA DE SOCIALIZAÇÃO, EDUCAÇÃO E SAÚDE


Projeto Estadual de Educação e Cultura para escolas públicas



Caroline de Miranda Borges
Engenheira Mecânica - UNIFEI
Especialista em Engenharia da Qualidade - Anhanguera
Especialista em Produção 6 Sigmas – Black Belt – FDG
 Pesquisadora de Danças Brasileiras – UNESP
Bailarina e Produtora – Cooperativa Cultural Brasileira

OBJETO

Com o intuito de avaliar os resultados físicos, pessoais e familiares dos alunos na faixa etária de 6 a 12 anos foi desenvolvido entre os anos de 2004 a 2009 na Escola Estadual Monsenhor Martins da cidade de Rio Claro – SP, um projeto de dança que envolveu a disseminação de ritmos com o acompanhamento físico-motor e que cujos resultados foram registrados e abordados nesse trabalho de pesquisa.
O objetivo das aulas foi focar as necessidades de brincar, vencer limites e medos, onde toda criança era submetida a desafios rítmicos a partir do momento que fosse percebida a possibilidade do sucesso. A função do professor nessa atividade foi destacar os pontos fortes de cada criança e colocá-los em evidência, isso irá fortalecer a autoestima criando maiores possibilidades de vitória.
As relações pessoais foram tratadas com técnicas de interação entre pares e grupos com jogos de concentração, habilidades motoras finas e brincadeiras de descontração e concentração.
As relações familiares foram trabalhadas através de oficinas de pais com a participação dos alunos com o objetivo de aproximação. As atividades desenvolvidas foram facilitadoras das descobertas pessoais no campo artístico que agregaram informação, cultura e lazer para todos participantes.
As relações escolares foram tratadas de forma prioritária e pré-requisito para participação do projeto e teve como objetivo principal a construção de uma imagem exemplar para disseminação de bom comportamento, disciplina, orgulho e autoconfiança.


JUSTIFICATIVA

Com a experiência de mais de 30 anos como professora de dança contemporânea, tive com esse projeto, a prova maior de que a cultura e a educação pressupõem responsabilidades fundamentais do Estado, Município e Federação, mais principalmente da comunidade, que a partir de ações voluntárias e simples pode ser capaz de transformar vidas e obter resultados concretos, fundamentados em saúde e bem estar social. Não atinge apenas as crianças, mas envolvem também as famílias, escola e comunidade em um limite de atuação muito maior do que a sala de aula.
O homem moderno precisa entender que as coisas que hoje são consideradas perda de tempo, são na verdade um ganho real. Ganha tempo e qualidade de vida quando, em uma aula de dança, o aluno consegue expor os seus sentimentos, existe esse momento de imersão no movimento que isola a pessoa do resto do universo, afastam-se os problemas, as angústias, os medos e direciona o indivíduo a um repouso mental em busca de um equilíbrio, além dos ganhos fisiológicos do desenvolvimento do aparelho cardiovascular. (Nuno Cobra, 2004).
Quanto mais o indivíduo estiver envolvido com o seu corpo físico, mais estará relaxando seu corpo mental e desenvolvendo seu corpo emocional e espiritual. Um dos melhores métodos para alcançarmos à calma e a serenidade é a meditação e o relaxamento com visualização. (Janine Goossens, 2004)
A forma física é determinada por muitos fatores, tais como: tipo físico, gênero, concentração de gordura, tônus muscular e postura, de acordo com cada indivíduo. Ainda assim todas as pessoas sofrem pressão da mídia para se adaptarem a um estereótipo de beleza. (Maxine Tobias e John Patrick Sullivan, 1998)
A necessidade cada vez maior de melhoria da comunicação entre adultos e crianças nos dias de hoje vem se intensificando devido as novas tecnologias que retiram nossos jovens do convívio familiar e os abandonam diante da tela de computador. A forma de relação e sociabilidade desse mundo capitalista e da geração Y com seus Ipods, Notebooks, Ifones, Ipads, Itouchs intensificam os problemas de violência, medos, transtornos comportamentais e distorcem o sentido da educação com os valores humanos. As metas pessoais e profissionais desses jovens deixam de ser reais para se tornarem cada vez mais virtuais e impossíveis de se alcançar. Todo esse dilema resulta em decepção, desilusão, derrotismo e muitas frustrações seus super-heróis só existem virtualmente.
Quando se trabalha com sentimentos, expressões, capacidades físicas e intelectuais descobre-se um caminho que leva ao autoconhecimento e consequentemente ao equilíbrio. Com os jovens mais equilibrados, conhecedores de seus talentos e limites, será mais efetivo o alcance de resultados positivos na aprendizagem. A realidade mostra que o indivíduo procura primeiro uma melhor qualidade de vida pra ele e pra sua família. (Heloísa Bernardes, 2003).
A parceria entre tecnologia e educação, corporal e intelectual, deve despertar o interesse da juventude a fim de desenvolver metodologias de aplicação facilitadoras, que possam medir o desempenho do aluno de forma a obter valores mais exatos e estimulantes que levarão a motivação e continuidade da atividade.  Atualmente os engenheiros de som, de iluminação, técnicos de palco com seus simuladores e estruturas gigantescas, as academias e clínicas de estética e de reabilitação motora demonstram o quão vasto é o mercado de engenharia com foco em cultura, artes e qualidade de vida.
Para que os valores básicos que sustentam nossa sociedade moderna sejam passados aos nossos jovens é necessário convencê-los e retirá-los da zona de conforto adicionando desafios pessoais, corporais, psicológicos e intelectuais que a dança trás, para que com as experiências de sucesso e as dificuldades superadas, possam ser referências norteadoras para um futuro melhor e mais humano.
Já é evidenciado que o trabalho direto nos órgãos do corpo e o trabalho com o sistema nervoso autônomo, estão envolvidos diretamente na manutenção e promoção da saúde psicofísica do ser humano. O trabalho do sistema nervoso central que governa o aspecto espiritual da personalidade finaliza esse triângulo de equilíbrio físico, psico e espiritual. (Gharote, 2000).
A dança traz ao ser humano uma forma de expressão da essência onde o sentimento é energia propulsora que transforma o movimento corporal em arte final. Na dança é preciso aprender a perder muitas coisas, tais como: medo, vergonha, insegurança, limites, pois busca-se ultrapassar o normal, o lógico, o atingível para transformar indivíduos em agentes disseminadores de alegria, poder e cultura. Enquanto houver crianças alegres falando, floreando, fluindo e influindo no amor da humanidade ainda teremos esperança. Haverá vida pulsando por baixo do abismo da violência. (Artur da Távola, 1983).
Metodologia
A metodologia aplicada nas aulas iniciais foi baseada nas técnicas de estudo do movimento de Rudolf Laban, dançarino, coreógrafo austríaco, considerado como o maior teórico da dança do século XX e como o "pai da dança-teatro" onde o professor é o condutor e espelho para os alunos. As aulas são demonstrativas, expositivas e contemplativas onde os alunos após observar os movimentos tentam a seu modo repetir e demonstrar suas habilidades.
A metodologia aplicada nas aulas avançadas de dança contemporânea vem dos movimentos e ideias de Martha Graham, dançarina americana, coreógrafa e reconhecida como a “mãe da dança moderna”. As expressões teatrais, performances de grande sentimentalismo e uma profunda relação entre respiração e movimento levam as crianças a um melhor conhecimento corporal, traduzindo em relaxamento e demasiada alegria.
Para as aulas de relaxamento e alongamento a técnica utilizada foi de Daniel Goleman, psicólogo, jornalista e escritor com grande sucesso em Inteligência Emocional onde as crianças procuravam através da meditação uma melhoria contínua da postura, do condicionamento físico, do controle da respiração e do equilíbrio corporal.

Os passos desenvolvidos no projeto foram:

1 – Divulgação e Inscrição
2 – Entrevista com os pais ou responsáveis
3 – Análise dos exames médicos solicitados: ortopedia, cardiologia
4 – Divulgação da lista de aptos e dos horários das aulas
5 – Início da aulas – Conhecimento e apresentação
6 – Avaliação do desempenho individual
7 – Montagens coreográficas com foco em identificar pontos fortes do grupo e individuais
8 – Avaliação do desempenho do grupo
9 – Oficinas de desenvolvimento de criatividade, habilidade motora fina e concentração
10 – Oficinas de desenvolvimento familiar participativo – Pais e alunos
11 – Aulas disciplinares e que envolvem comprometimento e responsabilidades uns com os outros
12 – Formatura – Apresentação final do grupo



DESENVOLVIMENTO

Para início das atividades foi necessário uma reunião geral a qual envolveu a direção da escola, os oficineiros e os professores voluntários para a avaliação do espaço dedicado ao evento, os assuntos que seriam abordados e o material a ser disponibilizado só após a definição desses itens que foi iniciado o planejamento e divulgação do projeto.

A metodologia aplicada para divulgação e seleção de alunos para o projeto foram:

            1ª – Comunicação aos professores da escola o objetivo do projeto.
            2ª - Coleta de informações, junto aos professores, das crianças com maiores dificuldades em: concentração, relacionamentos e disciplina.
            3ª – Informação aos pais de alunos o objetivo do projeto, a disponibilidade de vagas, os horários de aulas e modalidades.
            4ª – Abertura das inscrições e seleção dos alunos.
            As inscrições foram abertas por uma semana para todas as faixas etárias, meninos e meninas, sem nenhum tipo de filtro. Para fazer parte do grupo a criança teria que querer participar.
            5ª – Entrevista com os responsáveis pela criança.
            Uma vez a criança inscrita os pais ou responsáveis eram chamados para entrevista com o professor de dança para que ficasse claro que a participação da família era pré-requisito para o desenvolvimento da criança no ballet. As mães ficariam responsáveis pela confecção e montagem das fantasias de apresentação da criança e que uma vez realizada a inscrição não poderiam deixar de cumprir a sua parte. Com isso ficaria fechado um acordo entre professor e pais quanto a participação dos mesmos nas oficinas e apresentações do filho.
            6ª – Análise dos laudos médicos.
            Os alunos aprovados deveriam passar por uma avaliação médica de um ortopedista e um cardiologista para liberação da participação das aulas de dança.
            7ª – Divulgação dos selecionados.
            Finalizadas as etapas acima a lista dos aprovados foi então disponibilizada no quadro de aviso da escola e uma carta enviada aos pais de alunos informando os horários de aula.

O planejamento das aulas para o grupo de alunos iniciantes e para o grupo de alunos avançados teve a preocupação em dividir os mesmos por faixa etária onde as dificuldades físicas e motoras pudessem ficar menos evidente.

1 – Planos de aula
1.1 – Aulas Iniciantes: O planejamento das aulas iniciais de dança se resumia em:
A - Distribuir de forma facilitadora o grupo de crianças para que os menores ficassem na frente e os maiores atrás para facilitar a visualização dos movimentos expostos pelo professor.
B - Realizar chamada para reconhecimento de cada integrante do grupo.
C - Implantar de forma democrática um uniforme a ser utilizado e cobrar o uso durante as aulas.
D - Observar individualmente cada aluno e descrever em um caderno de anotações suas habilidades.
E - Apresentar de forma teatral os ritmos brasileiros como informação cultural. Vide conforme figura 1 a apresentação  do grupo iniciante em uma festa junina da escola retratando forró com as figuras de Maria Bonita e Lampião representadas pelos alunos.

                                         
                                                      Figura 1 – Ritmo: Forró

F - Utilizar músicas nacionais e próprias para idade de cada grupo evitando músicas que deprimem e que carregam preconceitos e descriminação.
G - Todas as crianças devem receber atenção de forma igualitária
H - Duração de 1 hora/aula sendo dividida em: 5 minutos de chamada, 5 minutos de preparação muscular e tendões, 10 minutos de coordenação motora, 10 minutos de correção postural e técnica, 20 minutos de coreografia e estudo do movimento e finalizando 10 minutos de alongamento e meditação.

1.2 – Aulas Avançadas: O Planejamento das aulas avançadas de dança se resumia em:
A – Chamada
B - Estudo do Movimento – técnicas de Laban
C – Coreografia
D - Estudo interpretativo – Martha Graham
E - Aperfeiçoamento postural e alongamento
F - Relaxamento e controle respiratório – Daniel Goleman
G - As informações musicais e culturais eram expostos por profissionais específicos de cada ritmo trazendo a cultura popular para dentro da escola, tais como a Catira, a Folia de Reis, o Forró pé de serra, a Quadrilha, o Samba, maracatu, bumba meu boi, etc.
Conforme figura 2 os alunos do grupo intermediário de aulas avançadas apresentaram o forró pé de serra fantasiadas de damas antigas segundo os bailes originais do início do século XX.



                                                    Figura 2 – Forró Pé de Serra

H - Foram também abordados ritmos estrangeiros tais como: o tango, a rumba, o flamenco, a dança do ventre, dentre outros.
I - Duração da aula: 1 hora e 30 minutos que se dividia de acordo com cada tema abordado.

2 – Oficinas
2.1 – Oficinas Infantis - As oficinas oferecidas para as crianças tinham como objetivo o desenvolvimento motor e a coordenação motora fina. As aulas envolviam automaquiagem conforme figura 3, autopenteado e montagem de acessórios de fantasias tais como: colares de contas, tranças postiças, montagem de chapéus, coroas, brincos, cocares, etc.

                                                  Figura 3 – Oficinas de automaquiagem

2.2 – Oficinas de Pais - As oficinas oferecidas para os pais, com a participação dos filhos alunos, tinham como objetivo a interação entre as partes com a descoberta de habilidades pessoais e a valorização do trabalho em grupo. As aulas desenvolvidas foram de corte e costura, tinturaria, montagem de acessórios e bordados, sendo todas elas voltadas para confecção de fantasias para apresentação nos eventos escolares da cidade e região – conforme figura 4.


                                                             Figura 4 – Oficinas de pais


3 – Aulas de Campo
As aulas de campo tiveram como objetivo a orientação comportamental em um ambiente desconhecido destacando a necessidade da disciplina, da autoajuda e do compartilhamento do conhecimento e habilidade. Com isso foram realizadas atividades tais como: Caminhada da Família, Participação de Festivais de Dança da Região, Participação de Eventos Sociais do SESI e da EPTV com objetivo social, cultural e de entretenimento familiar – conforme figura 5.



                               Figura 5 – Festival Regional de Dança 2007 – SESI – Rio Claro - SP

4 – Aulas Profissionalizantes
Com o objetivo de incentivar a continuidade do projeto e dar uma oportunidade de carreira e sustentabilidade familiar foram desenvolvidos alguns cursos profissionalizantes para os pais e alunos acima de 15 anos, tais como: pintura em tecidos, desenho artístico, Ajudantes de camarim, Ajudantes de palco, maquiadoras, montagem e modelagem de fantasias – conforme figura 6 – Fantasias confeccionadas em oficinas de pais – Tema “Sítio do Pica Pau Amarelo”


                               
                                    Figura 6 – Grupo de Fantasias do Sítio do Pica Pau Amarelo

5 – Aulas de Cultura Tradicional Brasileira
Aulas práticas de ritmos específicos brasileiros, pouco divulgados na mídia e que serviram de fonte documental para artigos técnicos de registro acadêmico. As aulas eram desenvolvidas por profissionais que atuavam na área abordada, que tinham vivência e história no ritmo em questão – Conforme figura 7 – Catireiro Fernando Basso do Grupo Catira Brasil. As músicas eram tocadas nos instrumentos específicos de cada ritmo e cantadas pelos próprios professores.


                                                        Figura 7 – Aulas de Catira


Com essas aulas foi criado o primeiro grupo de Catira mirim criado dentro de uma escola pública no estado de São Paulo, o grupo foi denominado “Grupo de Catira Mirim Tradições Paulista” – conforme figura 8 – Divulgação do Projeto Catira na Escola e Encontro Nacional de Catira em 2008.


  
                                               Figura 8 – Grupo Mirim Tradições Paulista


6 – Formatura
A formatura anual teve o objetivo de apresentar para a escola e aos pais o resultado do trabalho desenvolvido durante todo o ano. Os alunos receberam certificado de participação entregue pelos pais no dia do evento, fortalecendo a relação familiar e demonstrando a satisfação do trabalho realizado em grupo.
As formaturas realizadas foram:

2004 – O Fantasma da Ópera – Figura 9
Local – Teatro da Escola Estadual Chanceler Raul Fernandes


                                                      Figura 9 – 1ª Formatura 

2005 – O Circo e a Dança – Figura 10
Local – SESI Rio Claro - SP


                                              
                                                              Figura 10 – 2ª formatura

2006 – Projeto Estadual Escola da Família foi finalizado e a Escola Monsenhor Martins foi municipalizada mas a escola se apresentou em vários eventos por toda região onde recebeu apoio da prefeitura e deu continuidade ao projeto – Figura 11.

              
                            Figura 11 – Sacode a Praça 2007 – Lago Azul – Rio Claro - SP

2007 – Mundo Mágico – figura 12
Local – SESI – Rio Claro - SP




                                                          Figura 12 – 3ª formatura


2008 – Cultura Brasileira na Escola – figura 13
Sacode a Praça – Parceria EPTV e SESI


                                                     Figura 13 – Projeto Catira na Escola

2009 – Músicas daqui Ritmos do Mundo – figura 14 – Ópera e figura 15 - Vira
Local – SESI – Rio Claro - SP


 










   Figura 14 – da Itália a Ópera                                                    Figura 15 – de Portugal o Vira



AVALIAÇÃO

Os relatos dos pais quanto à diminuição das visitas ao médico mostrou que a doença é um porrete que serve para chamar a atenção e informar que algo não está normal no nosso corpo. A partir do momento que a criança passa a fazer mais alongamentos, exercícios físicos coordenados, trabalhos cardiovasculares e relaxamentos seu organismo deixa de sinalizar. Isso é a criança fica mais saudável.  (Daniel Goleman, 1989)
Segundo depoimentos de pais de alunos pode-se identificar essa melhora:
    “... meu filho era muito miúdo, tomava remédios para desmaios e febre agora é um menino muito esperto, ativo, alegre, não vai mais ao médico com frequência e não reclama mais de dores no corpo...”
    “... minha filha é outra criança, amadureceu, aprendeu a trabalhar em grupo, a obedecer a regras, depois de emagrecer 10 quilos e crescer 15 cm em 10 meses tornou-se uma criança participativa, comunicativa, alegre e minha relação com ela hoje é muito mais saudável...”
    “... minha filha era uma criança deprimida, chorava com facilidade, não fazia amizade facilmente, era muito tímida e depois que iniciou o balé passou a ficar mais falante, mais feliz, emagreceu 5 quilos, cresceu 10 cm, na escola ficou popular, sua autoestima melhorou. Ia ao médico duas vezes ao mês agora só vai uma vez ao ano para controle dos triglicerídeos que atualmente está normalizado...”


CONCLUSÃO

Os resultados alcançados pelo projeto em se tratando do corpo físico e mental comprovam que os estudos do interno e do externo para a terapia corporal estão interligados, não mais separados como até hoje vinha sendo estudado pela medicina, cuidando apenas dos sintomas. Nunca é tarde para começar, crianças com tratamentos de síndrome do pânico, desmaio febril, depressão, baixa imunidade, etc. tiveram grande melhora segundo relatos médicos e dos pais. Tornaram-se crianças alegres, saudáveis e muito ativas.
Da análise final do projeto, conforme ilustrado na figura 16 conclui-se que:


                                     Figura 16 – Gráfico Desempenho de alunos na Dança Moderna

          - Medo e timidez: caem no primeiro ano cerca de 30% e continua caindo até chegar a 90% no último ano.      o.      Deve-se observar que a relação entre o medo e a timidez se manteve por volta de 30%.

- Sociabilidade: teve uma queda pequena nos primeiros anos em cerca de 10% mas com  melhoria em 80% no último ano comparado ao início do projeto, esse resultado indica que há a necessidade de um trabalho a médio e longo prazo para se ter um resultado efetivo.
                       
- Rendimento escolar: teve uma melhora em 100% partindo de uma média escolar de 42 e chegando no último ano com uma média de 83.
                       
- Saúde: a saúde geral da criança foi medida pelo número de consultas médicas realizadas e visitas a postos de saúde e hospitais e foi observado melhoria em 100%  dos alunos, saindo de um absenteísmo escolar de 25%  e chegando a zero.
                       
- Relações familiares: O número de relatos dos pais com relação a brigas, castigos, violência doméstica inicialmente era em 18% e no final do projeto caiu a 2 relatos, uma melhoria em 90%.


          REFERÊNCIAS

AGUIAR, Carmen (1994), Educação, Cultura e Criança. Campinas - SP: Papirus
AGUIAR, Carmen (1998), Educação, Natureza e Cultura Um Modo de Ensinar, São Paulo – SP: USP
ALBUQUERQUE, Leila (2001), Fragmentos para uma Sociologia do Corpo. São Paulo – SP: Motriz
BERNARDES, Heloisa (2003), Chique é ser saudável, São Paulo – SP: HLB Editora
COBRA, Nuno (2004),  A Semente da Vitória, São Paulo – SP: SENAC
GHAROTE, Manohar (2000), Técnicas de Yoga, Phorte, São Paulo – SP: Phorte
GOLEMAN, Daniel (1999), A Arte da Meditação, Rio de Janeiro – RJ: Sextante
LABAN, Rudolf (1978), Domínio do movimento, São Paulo – SP: Summus
MAUSS, Marcel (1994), As Técnicas Corporais. Sociologia e Antropologia, São Paulo: EPU
QUEIROZ, Renato (2001), As Invenções do Corpo: Modernidade e Contra modernidade, São Paulo – SP: Motriz
TÁVOLA, Arthur (1983), Do Amor Ensaio de Enigma, Rio de Janeiro: Nova Fronteira
TOBIAS & SULLIVAN (1998), O Livro do alongamento completo, São Paulo – SP: Manole

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